"E eu quero brincar de esconde-esconde, te emprestar minhas roupas, dizer que amo seus sapatos, sentar na escada enquanto você toma banho, e massagear seu pescoço. E beijar seu rosto, segurar sua mão e sair p'ra andar. Não ligar quando você comer minha comida, e te encontrar numa lanchonete p'ra falar sobre o dia. Falar sobre o seu dia e rir da sua, sua paranóia. E te dar fitas que você não ouve, ver filmes ótimos, ver filmes horríveis. E te contar sobre o programa de TV que assisti na noite anterior e não rir das suas piadas. Te querer pela manhã, mas deixar você dormir mais um pouco. Te dizer o quanto adoro seus olhos, seus lábios, seu pescoço, seus peitos, sua bunda. Sentar na escada, fumando, até seus vizinhos chegarem em casa, sentar na escada, fumando, até você chegar em casa. Me preocupar quando você está atrasado, e me surpreender quando você chega cedo. E te dar girassóis e ir à sua festa e dançar. Me arrepender quando estou errado e feliz quando você me perdoa. Olhar suas fotos e querer ter te conhecido desde sempre. Ouvir sua voz no meu ouvido, sentir sua pele na minha pele, e ficar assustada quando você se irrita. Eu digo que você está linda, e te abraçar quando você estiver aflita, e te apoiar quando você estiver magoada, te querer quando te cheiro, e te irritar quando te toco e choramingar quando estou ao seu lado. E choramingar quando não estou. Debruçar-me no seu peito, te sufocar de noite e sentir frio quando você puxa o cobertor e sentir calor quando você não puxa. Me derreter quando você sorri, me desarmar quando você ri. Mas não entender como você pode achar que estou rejeitando você quando eu não estou te rejeitando, e pensar como você pôde pensar que eu te rejeitaria. E me perguntar quem você é, mas te aceitar do mesmo jeito. E te contar sobre o "tree angel", "o menino da floresta encantada" que voou todo o oceano porque ele te amava. Comprar presentes que você não quer e devolvê-los denovo. E te pedir em casamento, e você dizer "não" denovo mas continuar pedindo, porque embora você ache que não era de verdade mas sempre foi sério, desde a primeira vez que pedi. Ando pela cidade pensando. É vazio sem você mas eu quero o que você quiser e penso. Estou me perdendo, mas vou contar o pior de mim e tentar dar o melhor de mim porque você não merece nada menos que isso. Responder suas perguntas quando prefiro não responder, e dizer a verdade mesmo que eu não queira, e tentar ser honesto porque sei que você prefere. E achar que tudo acabou, espera só mais dez minutos antes de me tirar da sua vida. Esquecer quem eu sou e me deixar tentar chegar mais perto de você. E de alguma forma, de alguma forma, de alguma forma compartilhar um pouco do irresistível, imortal, poderoso, incondicional, envolvente, enriquecedor, agregador, atual, infinito amor que eu tenho por você."


Reflections of a Skyline é um magnífico texto de um curta britânico que resume em seis minutos o maior sentimento do universo: O Amor.
É emocionante, vale super a pena ver, ler, sentir...





"Reflections of a Skyline" - Ficha Técnica: 
Local de origem: Inglaterra/Londres.
Dirigido por : Michael Tamman & Richard Jakes.
Elenco: Christopher Dunlop and Fiona Pearce.
Trilha sonora: Gary Go.
Curiosidades: Gravado no período de um dia em Londres.

"Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda-roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei."


Caio F. A.

 

 

"Seja como for, continuo gostando muito de você - da mesma forma -, você está quase sempre perto de mim, quase sempre presente em memórias, lembranças, estórias que conto às vezes, saudade..." 

Caio F. A.
Ele a segurou pelas mãos e sem esperar resposta, susurrou:
- Venha. Quero lhe mostrar onde está o amor!



 
"Eu não aguento mais começar. Queria tanto continuar. Não sei, não aguento, ainda não posso, mas queria continuar."

Tati Bernardi
Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.  Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Adélia Prado

 

Feliz Dia Internacional das Mulheres.

"Diga adeus e atravesse a rua..."



E olhando aquele casal feliz no metrô se sentiu constrangida por não ter ninguém.
A harmonia, a forma, a felicidade entre aquele casal arrancou repentinamente uma lágrima de seus olhos. Sentiu falta de um olhar de eu te amo.
Não sentiu inveja, apenas o desejo de viver a mesma harmonia, forma, felicidade que ali presenciava.
Foi como se houvesse apenas os três dentro daquele vagão cheio. 
Todo aquele contexto a hipnotizou como um final de filme de amor. 
Mas então ela suspirou, saiu do vagão e seguiu seu rumo.
Ela acredita que algumas pessoas nasceram para sentir o amor, mas que não são todas que podem vivê-lo.
Dias que as coisas parecem não estar bem.
Dias que as coisas parecem não ser legais.
Dias que as coisas nunca se parecem como antes.
Dias que as coisas somem.
Dias que as coisas existem.
Dias que querer que tudo suma seja normal.
Dias que querer viver não é mais normal! 



"Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. 
Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde. Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia.
Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. 
Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais."
Caio F. A. 
“ — Essa garota do vaso de água... acho que está distraída porque está pensando em alguém.
— Referes-te a alguém do quadro?  
— Não, quem sabe alguém com quem ela cruzou e lhe deu a impressão de que os dois se pareciam. 
— Ah, ou será que ela prefere imaginar uma relação com alguém ausente ao invés de ter uma com os que estão a seu lado. 
— Não sei... Quem sabe seja o contrário e ela se decida por arrumar a vida dos outros. 
— E a dela? De todos as bagunças de sua vida, quem ajudará?  
— Em minha opinião é melhor dedicar-se aos outros que a um gnomo de jardim.”
Do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain



"O amor é a causa do movimento da Natureza." 
Platão

Pára, desce, vai embora. Até amanhã.
Te espero todas as tardes. 
Não partirei nesse trem até que você chegue.


Pintura de mamãe. Óleo sobre tela: "Minha infância"

Eu queria ter na vida simplesmente
Um lugar de mato verde
Pra plantar e pra colher
Ter uma casinha branca de varanda
Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer.
 Gilson.

Meu primeiro selinho *-*
Fui presenteada pela Lili que tem um blog super lindo e que adoro.
Obrigada Lili!

Vale a pena conferir o cantinho da Lili, é encantador!



Seguindo as regras:
7 coisas sobre mim e 7 blogueiros merecedores do selo.

Bom falar sobre mim é um tanto complicado, mas vou tentar.
Vamos lá!

1 - Sou muito sensível, do tipo que chora por tudo;
2 - Teimosa ao extremo;
3 - Mandona;
4 - Prefiro o campo do que o mar;
5 - Ansiosa, daquelas que nem dorme;
6 - Confusa, nunca me decido quando tenho mais de uma opção;
7 - Amiga, estou sempre disposta à quem precisar, só não me decepcione.


Os merecedores são:









''- Uma bebida e um amor, sem gelo, por favor!'' 

Caio F. A.
"Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.”

Caio F. A.
Tudo que acontece em minha vida me faz repensar meus atos.
Acredito que nada é por acaso, e mesmo que algo tenha acontecido por consequência
de alguma atitude (errada ou certa) minha, vou tentar encontrar uma solução.
Cansei de me mostrar forte o tempo inteiro, cansei de saber das coisas certas e tentar mostrá-las, sendo que na verdade eu não sigo dessa maneira.
Eu sei que não sou uma pessoa fácil de se conviver, assumo, não possuo grande simpatia, sou reclamona e não escondo quando estou insatisfeita com algo ou alguém.
Depois de muitas decepções ao longo de minha vida decidi não mais deixar o que sinto ser visto por olhos alheios, eme todas as vezes que me escapou, não obtive bons resultados.
Nos ultimos dois anos houveram tantos acontecimentos em minha vida que não tenho nem como explicar. Se tentasse descrever ao menos a metade de toda essa transforção não saberia como. Males que vieram para o bem.
Pessoas incríveis. Momentos inesquecíveis. 
Por mais que eu tente ser forte o bastante pra superar tudo, sou fraca, meu mundo desmorona fácil, eu sofro calada, não esqueço fácil palavras árduas. Odeio me sentir errada, fraca. Mas na verdade é tudo que eu sou.
Tenho por mim que se alguém sente falta de algo ou alguma coisa, vai a procura deste. Caso o contrário acredito que não é importante.
Triste. Todos nós queremos defender nosso ponto de vista, eu defendo o meu. Não vou mais fazer de conta que está tudo bem e que o que eu sinto basta. Os que quiserem me acompanhar terão lugares especias em minha jornada.
Agora só o que realmente importa, sou EU.


Fazia muito tempo que eu não tinha vontade de sorrir para nada nem para ninguém, então era extraordinário que ele conseguisse perturbar assim os cantos de meus lábios.

Caio F.
Já se fazia tarde quando ela se levantou. Ainda sob as emoções do dia anterior, abre as cortinas para espiar o dia. Cinzento, sem vestígios do Sol, ao menos não chovia como ontem e a temperatura pareceu-lhe agradável para continuar de pijama.
Durante seu ritual matutino planeja possíveis atividades a serem feitas a tarde. Talvez um filme de Almadóvar só para faze-la chorar, coisa que não é preciso muito esforço. Talvez uma caminhada para mudar o habito sedentário. Pensou em fazer diversas coisas, mas nada fez. Voltou ao quarto aproveitando o silêncio da casa colocou uma musica que a faz sentir-se plena – O livro dos dias – Legião Urbana -, pegou um caderno velho, mas que ainda continham folhas em branco e começou a escrever.
Escrever o que sentia, a desconhecida dor, a esperança, as duvidas e angustias. Sabe-se que é alguém difícil de falar sobre sentimentos íntimos, prefere transmitir à caneta que minuciosamente conta ao papel, somente eles suportam os escarros e lamurias sem nada dizer ou julgar, apenas esperam cessar a angustia para então se transformarem em picados.
Pensa na influência dos signos do zodíaco. Tolice, quantas vezes acreditara em supostas previsões frustrantes. Percebe que precisa renovar as fotografias de seu mural e comprar uma cama nova. Talvez uma pintura e uma nova cor às paredes mudariam a energia e harmonizaria o ambiente. Prefere de cores suaves.
Muitos amores e nenhum amor. É a sua maior tristeza. Quando se concentra em um já não quer mais o que outrora almejava se pudesse ter um pedacinho de cada um para formar um único, aquele que tanto procura e espera.
Mania de perfeição. Ela entende que para o amor a perfeição é exata, torna-se perfeito o ser amado, mas enquanto não ama busca pela perfeição que dificilmente encontrará. O que a faria sentir-se completa seria um amor imperfeito ao seu conceito e perfeito à sua vontade de amar. Neste deleite não percebe o passar das horas e perto das cinco da tarde ainda está de pijama. Ela realmente estava confortável.
As vezes fico preocupada com o que eu enxergo do mundo, com o que os seres que nele habitam, fazem dele, este espetáculo de hipócritas mascarados que se julgam superiores, mas que na verdade não sabem ao menos diferenciar o belo daquilo que os olhos não podem julgar.
Pouco adianta mostrar-se indiferente, embora seja prudente.
O homem nasce selvagem. Doma-se a fera cultivando-a. A cultura nos transforma em pessoas, e tanto mais, quanto maior for a cultura. Com essa crença a Grécia pôde chamar o resto do mundo de bárbaro. A ignorância é rude e grosseira. Não existe nada mais educado que o conhecimento, mas o conhecimento, sem refinamento, é tosco. Não é apenas a inteligência que devemos aprimorar, mas também nossos desejos e nossa conversa. Alguns exibem um requinte natural tanto nos conceitos quanto as palavras, tanto no adorno corporal quanto nos dons espirituais. Já os outros são tão brutos que embaçam tudo, até mesmo suas qualidades superiores, por falta de refinamento.
Comporte-se com generosidade e você conseguirá muito mais. Não há aplauso que chegue para aquele que fala bem de alguém que fala mal dele, não há vingança mais nobre do que vencer e atormentar a inveja com o mérito e talento. Cada um de nossos sucessos será uma tortura para nossos desafetos, e nossa glória será o inferno para nossos rivais.
Trata-se do maior dos castigos: Transformar a felicidade em veneno.
O invejoso não morre apenas uma vez, mas tantas quanto o invejado é aplaudido. A fama duradoura para o invejado significa castigo eterno para o invejoso, o primeiro vive para sempre com suas glórias; o último, com suas penas. Os clarins da fama soam a imortalidade pra um e toque de silencio para o outro, condenando-o ao cadafalso da invejosa suspensão.



"O homem nada mais é aquilo do que aquilo que ele faz de si mesmo."
Jean Paul Sartre
Tenho tanto a dizer.
Como posso ter me afastado desse espaço que me faz tão bem?
Por diversas vezes tentei sentar-me frente esta tela e desabar em letras tudo o que se transformava em minhas entranhas. Não fui capaz.
Antes de dormir, no momento de preguiça pela manhã, durante a ida e volta ao trabalho, as situações que surgem e as confusões que habita dentro do meu universo.

Poderia detalhar cada gesto e emoção. Me sinto bem com as palavras, ainda temos um bom relacionamento.
Mas o vento soprou por muito, contrário. Naturalmente preferi tratar mentalmente o que poderia descarregar entre teclas e sinais a ânsia e angústia sentida diante de minhas confusões personificadas.
Alegorizar meus desatinos faz sentir-me plena.
Após subentendido irei manter o objetivo pelo qual criei este espaço, quero delinear minhas quimeras de modo que possa saciar meu mundo irrepleto.


"Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar..."
Clarice Lispector.

Sonhei com você essa noite... tudo me pareceu tão real, que até agora ouço o som de sua voz e a energia doce de seu olhar ao me dizer que deveríamos [podemos-ainda-vamos] recomeçar...
O que eu também não entendo.
Em um certo momento você tem um desejo, uma ânsia, é tudo aquilo que mais quer, mas não pode se entregar pois não existe a certeza. Sente medo, insegurança...
Não sabe que o que deseja lhe deseja da mesma forma.
Em palavras simples e ingênuas destrói-se tudo. Impulso repugnante. Domínio dos sentidos, deu espaço ao ego anteriormente ferido.



No calendário passaram-se seis meses, na verdade foram nove. Nove meses esperando ouvir algo que hoje não faz mais sentido.
Foram muitos sábados, diversas segundas, incansáveis vezes ouvindo aquela música-nossa música, ansiedade pelo tão prometido encontro - que nunca ocorreu de fato. Esperança, essa grande companheira.
Alguns vieram, outros se foram. Não posso, não consigo aceitar-entender porque não insistira, porque deixaste passar tanto tempo. Oportunidade talvez única. E mesmo que se passem seis anos e quem sabe sejamos contemplados pelo tal destino, saberemos desfrutar dessa chance novamente? Eu não vejo resposta.

Você me fez sentir o mais diferente misto de sentimentos. Experiências não contam, cada momento era surpreendente. Eu acredito em você, mesmo tendo duvida.
Hoje sinto a calmaria, como eu disse, o que me fascina é essa clareza com a qual nos tratamos. Seguimos outros caminhos e esses insistem cruzar um com o outro. Intrigante isso.
Não meu amor, não vou ficar lhe esperando, continuemos assim, paralelamente. Não quero destruir o que sinto com incertezas. Vou manter o belo intacto, para que um dia num futuro próximo, talvez distante possamos re-cultivá-lo e fazê-lo florir na primavera, onde tudo começou.
Desabafo, por que isso não me sai da cabeça.

"Encontrei o amor. Ele não é real, mas que se há de fazer?
A gente não pode ter tudo na vida..."

Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo.
Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sózinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. (Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade.
Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.
Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca... Goste de música e de sexo, goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois... se calhar...
Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredo... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar... experimente me amar!

Martha Medeiros


Ps: Pessoas lindas, primeiramente quero agradecer a todos que passam por aqui e deixam um pouquinho de si. Por várias vezes tentei escrever, mas a inspiração não foi suficiente. As ultimas semanas foram muito turbulentas, muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo e minha cabeça (lê-se coração) anda tão confusa que eu já não sei o que fazer. Prometo voltar em breve, assim que as coisas se resolverem. Ou não.
Certa vez, um grande amigo filósofo deparando-se com a delicada situação em que eu me encontrava, escreveu-me algumas palavras de conforto. Palavras singelas no qual me tocaram profundamente. Ainda guardo aquele pedacinho de papel dentro de minha agenda, não me canso de ler.




Deve-se sempre olhar para dentro e achar os princípios e valores que a formem como um ser divino.
Caso ache essa força, perceberá que não precisará apoiar-se em ninguém, exceto seu coração e seu livre pensamento.
Como dizia Nietzsche: “Devemos buscar nos tornar espíritos livres”.
O coração é o recanto dos sonhadores, é o templo de perfumes orientais e, por isso, sua porta não deve ser aberta a quem não merecer tal dádiva. Mantenha o doce sabor de seu fruto até que alguém digno o colha...

Leonardo Turazza em 03/09/2007.
Se eu soubesse...
Não teria virado naquele corredor,
Não subiria as escadas,
Não cruzaria com teus olhos,
A sorrir aos meus.

O tempo vai, se dissolve.
Das lembranças, nada restou.
Apenas as materiais.
Juntaram-se uma a uma,
Tornando mil pedaços,
Seu rosto enrustido.
Ao meu coração partido.

Se você soubesse...
Não teria perguntado,
Não chegaria perto,
A poder sentir o doce,
E quente perfume.
Que outrora lhe dominou,
Os sentidos, fascinou-te.

De mãos atadas fiquei.
Ao vê-lo caminhar,
Em direção oposta,
Sem deixar rastos.
Ao sentir as paredes inacabadas,
Ainda em tijolo cru,
Desabarem sobre os sonhos.
Que pareciam não ter fim.

Se soubéssemos...
Não teríamos ido por aquela rua,
Que estranho! Não era o seu caminho.
Eu sim, por lá seguia em meus dias
Mãos suadas na inquietude,
Das palpitantes batidas,
Vindas do peito.
Soavam alto.

Se soubéssemos...
No carnaval não teria começado,
Na primavera não teria se firmado,
Para no Inverno ultimar.
Entre palavras doces, flores e lágrimas.
Nada restou.
Apenas flores estraçalhadas,
Lágrimas frias, doentes de dor.
Palavras ditas pela boca.
Perderam-se no ar.

Se eu soubesse...
Tais signos não seriam escritos.
Se você soubesse...
Teria ficado lá.
Naquele mesmo corredor.
Ah, se soubéssemos...
Jamais ousaríamos,
Naquele instante.
Olhar-nos.
Já era quase dia. Eu dormia e sonhava.
Lembro-me que no sonho eu reencontrava o pessoal da época da faculdade, mas como em todo sonho as coisas são “mais possíveis” e sem nexo algum, ele termina na parte que não deveria.
Desperto-me. Olho pela fresta da cortina e vejo que o dia já havia amanhecido. Olho no relógio.
Ah! Ainda é cedo. Volto a dormir.
Após duas horas acordo com um barulho.
O que será isso? Penso.
Meio sonolenta e assustada olho para o chão e vejo minha caixa de fotografias e minha gata olhando assustada de cima do guarda roupas. Ela deve ter tentado subir e como a caixa estava na ponta não teve como se equilibrar e foi ao chão. Mas a danada ficou lá em cima olhando tudo desabar até eu gritar e ela correr.
Vejo todas aquelas fotografias espalhadas e começo a remexer. Fotos de tanto tempo atrás, de quando eu era criança, dos aniversários, das visitas ao Zoológico, das viagens, casamentos, de quando minha irmãzinha era bebê, dos meus avós, antigos namorados, amigos que não vejo mais, festas, formaturas, membros de uma família que quase fiz parte e o pessoal da época da faculdade.
Ao ver todas aquelas fotos me transporto ao momento de cada uma delas, me lembro com carinho de todas, mas naquele instante em especial, minha atenção foi voltada para as que continham lembranças da faculdade.
Nossa! Que coincidência!
A pouco acordo de um sonho onde encontrava alguns daquele tempo e agora vejo essas fotografias. Desde que nos formamos cada um seguiu seu caminho e quase não nos falamos e nos vimos mais por conseqüência da vida ser corrida e por falta de tempo, acredito que seja isso.
Sinto saudades da turma, dos churrascos furados, do café com pão de queijo e catchup que eu adorava e todos achavam graça por eu comer aquilo, das discussões do grupo quando tínhamos que apresentar seminários, de nas sextas-feiras depois da aula ficar no Karaokê do China, da estressante semana de provas, enfim, lista é longa de uma época boa que se passou muito rápido.
Esse acontecimento muito me intrigou, confesso sentir um aperto no peito. É a saudade.
Claro! Já sei o que fazer. Vou ligar para alguns e dizer que sinto saudades, saber como estão, como andam as coisas e tentar marcar algo para nos vermos qualquer dia. Sei que vai ser tarefa difícil reunir todos, mas vale tentar.
A vida é curta e é uma só. Não podemos deixar que pessoas importantes e que foram fundamentais em nossas vidas, fiquem limitadas em sonhos e guardadas dentro de uma caixa de fotografias.

Não quero me preocupar com nada... Está tudo tão colorido!
Eu só quero me perder pensando em ti!


Se um dia fores embora
Te amarei bem mais do que esta hora
Me lembrarei de tudo que eu não disse
E de quando havia tudo que existe

Quando choramos abraçados
E caminhamos lado a lado
Por favor amor me acredite
Não há palavras para explicar o que eu sinto

Mesmo que tenhamos planejado
Um caminho diferente
Tenho mais do que eu preciso
Estar contigo é o bastante

Certas coisas de todo dia
Nos trazem a alegria
De caminharmos juntos lado a lado por amor
E quando eu for embora
Não, não chore por mim.

Musica Ambiente - Renato Russo
É engraçado e estranho como as coisas acontecem em nossas vidas. A forma como lidamos com certas situações, a proporção que acarreta, o peso que se pode tirar e a importância que pode ter.
Analisar e decidir com a razão ou com o coração?

Ela nunca gostou de tipos como ele. Aparentemente mais novo, nem tão bonito, agitado, a primeira impressão era de um moleque. Haviam trocado poucas palavras por terem amigos em comum, nada de mais. Ao passar do tempo conversa vai, conversa vem começam a se conhecer.
Ela recém saída de um longo relacionamento queria apenas curtir e aproveitar os momentos que a vida lhe proporcionasse, não pensava em se envolver. Ele também havia vivido num relacionamento anterior, já estava há dois anos sem envolvimentos mais sérios, com intuito apenas de curtir a vida sem preocupações.
Interesses em comum, sem cobranças foram se envolvendo.
Falavam-se todos os dias, ele a esperava após o expediente, conversavam horas, para ela cada minuto era único, sentia que queria ficar ali para sempre. Ela já estava envolvida o bastante, sempre dizia a ele que não queria, falavam muito sobre relacionamentos onde ambos pareciam deixar claro que não estavam com interesses mais sérios.
Ela já carregando um sentimento, o conhecia o bastante para nunca deixa-lo descobrir o que sentia. Preferia esperar mesmo com o risco de se decepcionar depois. Pensava que podia sentir o mesmo que ela e que se deixassem as coisas acontecerem naturalmente o tempo iria mostrar o que fazer.
O tempo foi passando, a vontade de arrancar o que tinha no peito era tamanha, mas ela queria uma oportunidade, pensava que se houvesse não hesitaria em fazer.
Esperou e não sentiu segurança, resolveu não revelar coisa alguma. Tudo ficaria como estava.
As ligações foram diminuindo, o numero de vezes que se viam foram ficando cada vez menores, desculpas, compromissos, uma viagem, fim de férias.
Passa uma semana, duas, três...Ele não ligou, ela orgulhosa muito menos. Passa-se um mês, dois.
Ela se culpa por achar que deixou transparecer seu sentimento, se pergunta o que houve de errado e o porque da mudança. Tentou falar com ele algumas vezes, não obteve bons resultados. Quando se falavam diziam que precisavam se ver e conversar, matar as saudades, mas não passou disso.
Decidiu parar de tentar mudar as coisas, não o procuraria mais. Assim fez. Sempre se lembrava, sentia saudades quando ouvia aquela musica que os dois adoravam ou quando passava por um caminho que levava até sua casa. Após um certo tempo se viram algumas vezes, mas sempre na presença dos amigos, mal conversavam pessoalmente e o que ela mais gostava era de saber que quando o encontrasse iria abraça-lo eternamente. Aquele abraço a fazia parar no tempo, ali podia sentir o perfume de sua pele, seu calor, sua respiração. Passou a contentar-se apenas com seus abraços no final de semana.
Ela não saberia descrever o que sente, apenas sabe que é algo diferente do que já sentiu por outros, diz que não é paixão nem amor, é algo simplesmente estranho e indescritível. Um sentimento que ela deixa guardado, não a faz sofrer, apenas gosta de sentir. Ora esquece, ora vem avassaladoramente.
Seis meses depois, após tantas promessas de se encontrarem e nada dar certo, ele envia uma mensagem dizendo que ouviu aquela musica e sentiu uma enorme saudade. Sem reação ela não acredita no que vê. Depois de tanto tempo só agora ele diz estar com saudades e que quer vê-la?
Logo agora que ela nem lembrava e já havia desistido.
Mas as palavras mexeram com ela de uma forma que passou o dia a pensar se responderia ou não. Não queria que começasse outra vez, ficariam juntos uns tempos e depois ele iria sumir de novo e ela ficaria a sofrer. Aquilo tudo era vazio.
Pensou, pensou, pensou...
Não resistiu e marcou de encontra-lo. Estava boba com um sorriso incontrolável.
Conversaram sobre assuntos mais esquisitos possíveis, riram relembram coisas e se entregaram ao momento.
Naquele instante estavam na mesma sintonia.
Foi tudo tão inesperado, tão imprevisível que não cabia se preocupar com o que viria depois.
Ao se despedirem ela sentiu uma coisa diferente. Sentiu que valeu ter passado o tempo, que o sentimento é só seu, que gosta de senti-lo mesmo não o compartilhando, que eles juntos formam um elo que por mais que passe o tempo não irá se desfazer e que mesmo depois desse dia ele não ligar, não aparecer e não a procurar, ela se sentirá plena de tudo, pois tudo foi vivido intensamente.
O que ela se pergunta é: O que afinal sinto por ele?



Então não foi tão ruim quanto seria
Poderia ser pior do que você pode imaginar.
Dashboard - Modest Mouse.