Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.  Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Adélia Prado

 

Feliz Dia Internacional das Mulheres.

2 Revelações:

Rosemildo Sales Furtado disse...

Olá amiga! Foste muito feliz quando na escolha. belo poema da Asélia Prado. Muito profundo.

Parabéns para todas as mulheres do mundo. Minha eternas namoradas.

Beijos e fiques com DEUS.

Furtado.

Priscila Rôde disse...

Feliz, muito feliz! :)

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