"Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda-roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei."


Caio F. A.

 

 

"Seja como for, continuo gostando muito de você - da mesma forma -, você está quase sempre perto de mim, quase sempre presente em memórias, lembranças, estórias que conto às vezes, saudade..." 

Caio F. A.
Ele a segurou pelas mãos e sem esperar resposta, susurrou:
- Venha. Quero lhe mostrar onde está o amor!



 
"Eu não aguento mais começar. Queria tanto continuar. Não sei, não aguento, ainda não posso, mas queria continuar."

Tati Bernardi
Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.  Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Adélia Prado

 

Feliz Dia Internacional das Mulheres.

"Diga adeus e atravesse a rua..."



E olhando aquele casal feliz no metrô se sentiu constrangida por não ter ninguém.
A harmonia, a forma, a felicidade entre aquele casal arrancou repentinamente uma lágrima de seus olhos. Sentiu falta de um olhar de eu te amo.
Não sentiu inveja, apenas o desejo de viver a mesma harmonia, forma, felicidade que ali presenciava.
Foi como se houvesse apenas os três dentro daquele vagão cheio. 
Todo aquele contexto a hipnotizou como um final de filme de amor. 
Mas então ela suspirou, saiu do vagão e seguiu seu rumo.
Ela acredita que algumas pessoas nasceram para sentir o amor, mas que não são todas que podem vivê-lo.