Acordo com o celular tocando. Número desconhecido.
A voz do outro lado a perguntar quem fala, eu replico sua pergunta. Logo reconheço a voz, sem dizer que sei retorno a perguntar. Ouço sorrisos e em seguida uma palavra "dica" para que eu pudesse identificar.
- Ah, é você?!
- Sim! Sou eu. Como estás?
[...]

Senti-me contente pelo telefonema. É bom ouvir a voz de quem te apetece.
Olho pela janela e vejo a chuva que não cessa. Sinto frio e uma vontade imensa de continuar na cama.
Levanto-me e faço minhas obrigações. Mas porque aquele telefonema não sai do pensamento?
Abstrai! Abstrai!
Hora de ir ao trabalho. Enfrento cinco minutos de chuva até a estação. Corro para não perder o trem. Entro, me acomodo.
No trajeto fico a observar pela janela. O vidro molhado da chuva dava outra forma à paisagem da cidade. Tenho vinte minutos de sossego.
Pensamentos longe, perguntas sem respostas, ansiedade sem motivo. Ou não.
Chego a minha estação de destino. Pessoas, muitas pessoas, indo e vindo. Gosto desse movimento, as vezes enxergo em alguns rostos algo profundo, estampado em olhares ou gestos. Fazem assim como eu, o seu caminho de ida e volta um momento de reflexão.
Quase a chegar, mas antes comprar aquele chocolate companheiro para adoçar e aquecer a noite.
Farol vermelho. Atravesso a rua, viro a esquina, dou boa tarde ao porteiro, subo escadas e enfim chego.
Hora de trabalhar.
Uma rotina quase normal para uma sexta-feira.

Hoje à tarde foi um dia bom...
A tempestade me distrai...
Gosto dos pingos de chuva, dos relampagos e dos trovões...

3 Revelações:

Felipe Braga disse...

Olha, você não pode dizer nada. Tu também escreves muito bem.
Ótimas revelações, vou te seguir também.
Beijos.

Priscila Rôde disse...

Que lindo isso, a ligação mexeu contigo mesmo em, nada como um bom dia de sexta, sabado, domingo, segunda...... não resolva!

Beijos.

Cris Santana disse...

Sem palavras pra explicar palavras. Palmas.

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